Especialista em Alergia e Imunologia
Especialista em Alergia e Imunologia
Imunodeficiências Primárias
Imunodeficiências Primárias
Imunodeficiências Primárias
Especialista em Alergia e Imunologia - RQE 54058
Pediatra - RQE 54058
É uma queixa comum dos pais, principalmente quando o filho está iniciando seu primeiro contato na escola ou na creche/berçário, que a criança está adoecendo com muita frequência. E até onde é normal?
Infecções de repetição - até onde é normal?
O que é considerado infecção de repetição ou recorrentes?
A partir de quantos episódios de certa doença os pais devem se preocupar? A resposta é: a partir do momento em que se tornarem recorrentes, prolongadas ou ocorrer um episódio grave.
A definição de infecção recorrente vai parecer um pouco vaga: infecção recorrente é aquela que ocorre com grande frequência, é muito grave ou que dura por tempo excessivo. Parece vaga justamente porque esses dados variam de acordo com cada patologia/doença.
Por isso é um grande desafio para os pediatras que fazem o acompanhamento de rotina diferenciar a frequência "normal" de doenças, inerentes à adaptação do próprio organismo de uma criança quando inicia sua vida escolar ou um berçário/creche, por exempo, do adoecer frequente relacionado a uma possível alteração em seu sistema de defesa (imune) seja transitória ou definitiva.
Entre as alterações definitivas do sistema imune encontram-se as Imunodeficiências Primárias (IDP), um grupo de doenças diferentes (e raras) resultantes cada uma de certos "defeitos" no sistema imune que já nascem com o indivíduo e podem cursar com infecções de diversos tipos e gravidades, doenças auto-imunes (o sistema imune do indivíduo passa a "atacar" suas próprias células, por exemplo levando a uma tireoidite auto-imune) ou auto-inflamatórias. As IDP, em certos casos, podem ser fatais se não diagnosticadas precocemente.
A fundação Jeffrey Model, dedicada ao diagnóstico, tratamento precoce, e ao conhecimento das imunodeficiências primárias, desenvolveu na década de 90 uma lista dos 10 sinais de alerta de imunodeficiência primária para auxiliar os médicos (e a vocês pais) a diferenciarem se os episódios de adoecimento necessitam ou não de um olhar mais cuidadoso além daquele que está avaliando somente o episódio agudo/imediato. (veja no quadro ao lado).
Um outro grupo, a equipe da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (ICr-HCFMUSP), mais recentemente, preocupados em conseguir um diagnóstico ainda mais precoce das imunodeficiências primárias, durante o primeiro ano de vida, desenvolveu os 12 sinais de alerta no primeiro ano de vida, que em alguns casos não são infecções, mas outras alterações que, aos olhos leigos, muitas vezes não levantam suspeita de um defeito no sistema imune. (veja no quadro ao lado).
Observe com atenção os quadros ao lado e se o seu filho(a) se encaixar em qualquer um dos itens, converse com o seu pediatra sobre uma avaliação do sistema imune, ou agende uma visita e venha conversar.
Os 12 Sinais de Alerta de Imunodeficiência Primária no Primeiro Ano de Vida
1- Infecções fúngicas, virais e/ou bacterianas persistentes ou graves
2- Reações adversas a vacinas vivas, em especial BCG
3- Diabetes mellitus persistente ou outra doença auto-imune e/ou inflamatória
4- Quadro febril, sepse-símile, sem identificação de agente infecciosos
5- Lesões cutâneas extensas
6- Diarréia persistente ou crônica
7- Cardiopatia congênita (em especial anomalias dos vasos da base)
8- Atraso na queda do coto umbilical (>30 dias)
9- História familiar de imunodeficiência ou de óbitos precoces por infecção
10- Linfocitopenia (<2500/mm3), ou outra citopenia, ou leucocitose sem infecção, persistentes
11- Hipocalcemia com ou sem convulsão
12- Ausência de imagem tímida ao raio-X de tórax
Fonte:
Os 10 Sinais de Alerta de Imunodeficiência Primária na Infância
1) 4 ou mais novas otites em um ano
2) 2 ou mais sinusites graves em um ano
3) 2 ou mais meses em uso de antibióticos, com pouco efeito
4) 2 ou mais pneumonias em um ano
5) Dificuldade para ganhar peso ou crescer normalmente
6) Infecções cutâneas recorrentes, profundas ou abscessos profundos
7) Candidíase persistente em cavidade bucal ou infecção fúngica cutânea persistente
8) Necessidade de antibioticoterapia venosa para tratar infecções
9) 2 ou mais infecções generalizadas incluindo septicemia
10) História familiar de imunodeficiência primária
Adaptado da
Os 10 Sinais de Alerta de Imunodeficiência Primária no Adulto
1) 2 ou mais novas otites em um ano
2) 2 ou mais novas sinusites em um ano, na ausência de alergia
3) 1 pneumonia em um ano, por mais de um ano
4) Diarreia crônica com perda de peso
5) Infecções virais recorrentes (respiratórias, herpes, verrugas, condiloma)
6) Necessidade recorrente de antibioticoterapia venosa para tratar infecções
7) Abscessos profundos e recorrentes de pele ou órgãos internos
8) Candidíase oral persistente ou infecção fúngica persistente em pele ou outros locais
9) Infecção por micobactérias normalmente não patogênicas
10) História familiar de imunodeficiência primária
Adaptado da
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